Conta a História que no passado um general francês avançava com suas tropas sobre todos os países da Europa, até Moscou. Era um gênio militar e tendo que movimentar soldados à noite, para facilitar isso, mandou pintar de branco as árvores marginais das estradas.Mais tarde, provavelmente na Europa, alguns prefeitos devem ter aproveitado a idéia da caiação para mostrar serviço, pintando as árvores de suas cidades.
Talvez, quem sabe, um brasileiro intrépido, imitador, trouxe para o nosso país o negativo costume.
Aqui, prefeitos de cidades grandes e pequenas, querendo dar demonstração de boa administração, correm para fazer este trabalho.
A prática comum de caiar os troncos das árvores não tem função benéfica. A cal é tóxica para os liquens (associações simbióticas de mutualismo entre fungos e algas) que vivem nos troncos.
A árvore é um ente vivo, não é um móvel de madeira, nem um poste.
Pintar uma árvore é tentar matá-la aos poucos, é querer fazer esquecer que a árvore também é vida.
Alguns argumentam que a pintura serve para afugentar e matar formigas. A cal não tem efeito algum sobre os insetos. Este é um problema cultural e não passa de um folclore.
Algumas espécies vegetais não respiram somente pelas folhas, possuem nos troncos estruturas chamadas lenticelas que servem para trocas gasosas que auxiliam no funcionamento da planta. Quando o tronco da árvore é pintado essas importantes estruturas são fechadas, prejudicando-a.
Portanto, para ajudar a manter uma árvore saudável, nunca se deve caiar o tronco, o que também é esteticamente muito feio. Não se vestem meias colegiais em árvores.
Diga não a este costume triste e sem nenhuma justificativa ou defesa.
É chegada à hora do homem cessar o processo de transformação do ambiente e dos entes da natureza.
José Fernando Martinelli
Engenheiro Agrônomo
Secretário Municipal do Meio Ambiente de Orlândia