terça-feira, 31 de janeiro de 2012

A POLÊMICA DA SACOLINHA PLÁSTICA.

O problema não está na sacolinha em si, mas no uso que fazemos dela. Quem não tem em sua casa mais sacolas do que consegue usar em um mês?
Substituir o problema pode até ser mais benéfico por se tratar de um material menos impactante, mas na verdade precisamos mudar o hábito de consumo, nós somos o problema e não a sacolinha.
Caso não forçarmos a mudança de hábito de consumo, a pura substituição da sacolinha não vai resolver o problema, aqui caro Anderson Nassif, entra a Educação Ambiental.
Mesmo em condições ideais de compostagem (ainda uma solução minoritária em todo o país), as misturas de amido de milho com poliéster alifático-aromático (usadas nas sacolas) se decompõem muito depressa inicialmente (gerando CO2 do efeito estufa), para depois se decomporem muito mais lentamente. E aí começam os problemas, pois aproximadamente metade da mistura é formada por um polímero originado do petróleo, que contem a substância, ácido tereftálico, com um anel aromático, de biodegradação muito mais lenta que a do amido, e cuja toxicidade no ambiente ainda não foi totalmente demonstrada.
No caso do amido de milho, embora biodegradabilidade seja sempre interessante, se tem notícias de que o governo mexicano deixou de recomendar plásticos feitos a partir do milho, depois que o preço deste alimento subiu às nuvens, jamais retornando ao patamar anterior.
As sacolas tradicionais aditivadas com pró-oxidantes (oxibiodegradáveis) também podem degradar-se rapidamente (biodegradando-se muito mais depressa que as sacolas convencionais), impedindo assim que se acumulem em bueiros ou em rios e oceanos. E não são feitas a partir de alimentos, mas com uma fração do petróleo (a nafta).
Talvez iremos pagar mais caro por um produto que mais deixa dúvidas que certezas na questão ambiental. Faça a sua escolha!

José Fernando Martinelli
Engenheiro Agrônomo
Especialista em Gestão Ambiental